Esquizofrenia, Tipos de Esquizofrenia, Sinais, Sintomas, Tratamento
A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica crônica considerada
grave e afeta uma porcentagem significativa da população em todo
o mundo. Casos de esquizofrenia têm sido documentados ao longo
da história, frequentemente sendo chamada de loucura.
Existem algumas associações muito frequentes que são feitas com
esta doença, como ouvir vozes e ver vultos (alucinações
auditivas e alucinações visuais, respectivamente). Todavia, boa
parte dos portadores de esquizofrenia não apresenta esses sinais
e não se queixam de sintomas relacionados a alucinações.
Diversos portadores de esquizofrenia sofrem em razão dos
delírios de perseguição presentes em algumas apresentações desta
doença, como na esquizofrenia paranóide, por exemplo. Alguns
deles estão sempre preocupados com tramas planejados contra suas
vidas e se mostram ansiosos com a possibilidade de estarem
ouvindo seus pensamentos.
Outros sinais e sintomas frequentemente presentes nos portadores
de esquizofrenia é a desorganização do pensamento e do discurso
(discurso incoerente), e alguns deles evidenciam graves
desorganizações da apresentação e do comportamento
(esquizofrenia hebefrênica, ou desorganizada).
Os principais subtipos da Esquizofrenia são:
- Esquizofrenia paranóide
- Esquizofrenia hebefrênica (ou desorganizada)
- Esquizofrenia catatônica
- Esquizofrenia indiferenciada
- Esquizofrenia residual
- Esquizofrenia simples
Não se sabe ao certo a causa deste transtorno mental, todavia
fatores hereditários desempenham um importante papel nesta
doença. Não infrequentemente, pessoas esquizofrênicas possuem
parentes esquizofrênicos, próximos ou distantes.
Há casos de irmãos esquizofrênicos e de filhos de pais
esquizofrênicos, o que somente reforça a participação de fatores
na etiopatogenia desta doença.
A intensidade dos sinais e sintomas da esquizofrenia normalmente
se apresenta de modo bastante variado entre estes pacientes,
indo desde pessoas completamente alienadas da realidade a casos
onde as manifestações da esquizofrenia podem passar até mesmo
despercebidas por médicos não especialistas em psiquiatria.
A doença em muitos casos tem início precoce, normalmente entre
os 16 e os 30 anos, embora haja crianças cujos sintomas apontam
para uma esquizofrenia de início na infância. Não é comum o
surgimento das manifestações desta doença após os 45 anos de
idade.
Diferentemente do que muitos possam pensar, a maioria dos
esquizofrênicos não apresenta comportamentos violentos, todavia,
para os portadores da esquizofrenia paranóide, tudo o que para
eles possa representar ameaça (delírios persecutórios,
alucinações ou a escuta do pensamento, por exemplo) pode
torná-los agitados e defensivos, nestes casos podendo estar
presentes manifestações de hostilidade e de agressividade.
Todavia, lamentavelmente, pelo menos dez por cento dos
portadores de esquizofrenia morrem em consequência do suicídio.
Usuários de drogas como o crack e a cocaína (que são a mesma
droga em apresentações diferentes) podem apresentar sintomas que
se assemelham aos da esquizofrenia, todavia parece crescer o
consenso entre os pesquisadores de que o uso de drogas não cause
a esquizofrenia, podendo, entretanto agravar e/ou trazer as
manifestações da doença aos que são, de fato, esquizofrênicos. É
sabido que o uso de álcool e de maconha pode agravar de modo
severo as manifestações da esquizofrenia e interferir de modo
bastante negativo em seus comportamentos.
O uso de medicamentos antipsicóticos, os quais antagonizam os
receptores de dopamina (uma substância neurotransmissora
cerebral) melhoram uma grande parte desses pacientes, o que
reforça a hipótese de que neurotransmissores como a dopamina e o
glutamato desempenham um importante papel na esquizofrenia.
A partir da década de 90, começaram a surgir novos e melhores
medicamentos para o tratamento da esquizofrenia (os chamados
antipsicóticos atípicos), cujos efeitos terapêuticos são
bastante eficazes e possuem menos efeitos colaterais do que os
chamados antipsicóticos clássicos, os quais passaram a surgir a
partir da década de 50, sendo o primeiro deles a Clorpromazina.
O surgimento de medicações antipsicóticas se constituiu em um
dos maiores avanços em toda a história da psiquiatria, fazendo
com que muitos esquizofrênicos passassem a poder ser tratados em
regime ambulatorial, utilizando as medicações em casa, não mais
necessitando de internação hospitalar. Ressalte-se, todavia, que
isto nada tem a ver com a chamada luta antimanicomial, a qual,
na realidade, tem promovido muito mais prejuízos aos
esquizofrênicos do que benefícios. E isto porque alguns casos de
esquizofrenia necessitam de internação psiquiátrica, e o
movimento antimanicomial brasileiro tem reduzido, de modo
incompreensível, o número de vagas em hospitais para estes
pacientes, o que tem feito com que muitos deles hoje se
encontrem perambulando como mendigos pelas ruas, maltratados nas
sarjetas, recolhidos em cárceres com marginais perigosos,
morrendo atropelados, enquanto poderiam estar sendo bem cuidados
em hospitais psiquiátricos bem estruturados, o que só não
acontece por incompetência governamental.
Os que, advogando em prol da extinção dos hospitais
psiquiátricos, se utilizam de argumentos tais como o uso de
choques elétricos nesses pacientes, evidenciam uma ignorância
vexaminosa do que seja a Eletroconvulsoterapia, uma forma de
tratamento que não tem nada a ver com “dar choques elétricos” em
pacientes esquizofrênicos.
Não infrequentemente, diversas pessoas que se encontram à frente
do movimento antimanicomial não possuem conhecimento algum sobre
psiquiatria, e ainda assim participam da elaboração de
documentos governamentais oficiais cujos conteúdos não poucas
vezes estão cheios de informações completamente equivocadas
sobre o que seja a esquizofrenia, suas formas de tratamento e
como se dá o correto seguimento terapêutico desses pacientes.
Em minha experiência profissional, tenho a satisfação pessoal de
poder afirmar que por diversas vezes pude ver a alegria de
muitos desses pacientes quando se vêem livres dos sintomas mais
pronunciados da doença, alguns deles podendo trabalhar e estudar
com grande satisfação.
Dr Eduardo Adnet
Médico Psiquiatra e Nutrólogo