Transtorno de Ansiedade Generalizada - TAG
Este é um dos transtornos mais frequentes em Psiquiatria e sua
importância é muito marcante, chegando sua prevalência a ser até
mesmo espantosa, pois são muitas as pessoas que padecem desta
doença.
Lamentavelmente, temos de lançar mão de dados estatísticos
estrangeiros, haja vista a sofrível produção de estatísticas
oficiais por parte do Governo brasileiro e de seu Ministério da
Saúde. Em relação às estatísticas, e no que diz respeito à saúde
da população, chega-se a ter a impressão de que só existem duas
doenças em atividade no Brasil: a Hipertensão Arterial e o
Diabetes Melito (ou Mellitus para os mais exigentes). Estas duas
entidades patológicas têm recebido bastante atenção em termos
estatísticos, porém a situação é sofrível em relação às
estatísticas sobre os Transtornos Psiquiátricos, os quais
atingem de modo crescente povos do mundo todo.
Segundo estatísticas produzidas nos Estados Unidos da América, o
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) atinge cerca de 5% da
população norte-americana, o que equivale a 15 milhões de
pessoas sofrendo deste transtorno, e isto somente nos EUA. Esta
multidão de indivíduos equivale a nada menos do que toda a
população do Estado do Rio de Janeiro, por exemplo.
Embora a ansiedade seja uma manifestação natural no ser humano,
normalmente desencadeada por situações específicas, como ameaças
iminentes, por exemplo, no caso do Transtorno de Ansiedade
Generalizada (TAG) as manifestações ansiosas estão presentes de
modo contínuo e flutuante, ou seja, mesmo em não havendo
necessariamente uma situação real de um risco iminente e
desencadeante dos sinais e sintomas da ansiedade, no TAG a
ansiedade pode surgir de modo súbito e recorrente, incomodando e
afligindo.
Todavia, problemas no trabalho, nas relações familiares,
preocupações financeiras, enfermidades físicas, dentre diversas
outras situações, podem se constituir em fatores francamente
desencadeantes deste transtorno. De qualquer modo, o nível de
ansiedade é mais intenso do que em não portadores do TAG e as
dificuldades do dia a dia são vivenciadas com mais sofrimento.
Há também, como já dito, pessoas portadoras do Transtorno de
Ansiedade Generalizada, que mesmo se encontrando em situações de
conforto e sem uma ameaça real iminente, podem experimentar
preocupações persistentes, tremores, transpiração sem um motivo
aparente, aumento da frequência respiratória, tensão muscular,
irritabilidade, insônia, dores de cabeça persistentes (cefaléia)
e também dores na região do estômago (epigastralgia). Também a
angústia é uma queixa frequente entre os portadores de TAG.
Pensamentos pessimistas e catastrofistas são frequentemente
observados. Parece que o pior acontecerá e que as saídas para os
problemas se encontram cada vez mais restritas, e há uma
dificuldade para se controlar as preocupações. A visão da
própria vida e do mundo à sua volta pode ser assustadora e
angustiante, marcada por insegurança e medo.
Há pacientes que convivem com a Ansiedade Generalizada por anos
a fio e sem buscar tratamento. Todavia, ao se encontrarem em
situações de grande pressão, e com o agravamento tanto dos
sintomas psíquicos (medos, angústias, inquietude, desassossego)
como dos sintomas somáticos (tremores, sudorese, cefaléia,
dentre outros) passam a sentir um desconforto cada vez mais
intenso, o que os leva a buscar auxílio.
O ambiente em que vivem (casa, trabalho, vizinhança, faculdade)
pode conter elementos com importante influência sobre o
desencadeamento ou sobre o agravamento de sintomas relacionados
ao Transtorno de Ansiedade Generalizada.
Importante que se diga que também episódios depressivos e crises
de pânico podem ser vistos entre os portadores do Transtorno de
Ansiedade Generalizada, cabendo ao especialista a elucidação
diagnóstica.
O diagnóstico correto orientará o tratamento, o qual pode ser
feito com medidas terapêuticas farmacológicas (o tratamento com
medicamentos) e também com psicoterapia, caso haja necessidade.
Dr Eduardo Adnet
Médico Psiquiatra e Nutrólogo